Meu nome é Ihmed, e junto a meus companheiros atravesso as areias escaldantes do Deserto das Dunas Negras, enquanto ouço o farfalhar de um milhão de demônios as minhas costas, guiados por pequenas asas. Fazem apenas dois dias que deixei a cidade condenada, onde agora há apenas fantasmas e destroços de ambições e esperanças. Não olho para trás, e mesmo se olhasse veria apenas uma imensa nuvem de poeira, que segue nosso rastro como um presságio sombrio e recobre o horizonte. Logo chegarei aos portões da cidadela de ferro, onde o julgamento daqueles que se dizem donos dessa terra irá continuar.
Levo a morte comigo em minha lâmina e em meus sonhos despertos, e ela para mim é uma irmã. Assim tem sido desde que aceitei o caminho que me foi designado, sendo treinado na fortaleza dos hashashin em Jezirat, minha terra natal, da qual me restam apenas vagas recordações. Apenas me lembro do mar enfurecido batendo nas rochas de uma alta muralha, e do movimento silencioso das víboras em meio a escuridão. Naquelas terras aprendi a ser um instrumento da morte. Apenas na terra desolada de Al-Gober, onde fui um escravo, aprendi a ser um instrumento da liberdade.