quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Al-Gober, a Terra Esquecida pelos Aeons



No noroeste do continente de Artabana fica o lugar conhecido como Al-Gober, dominado pela região inóspita conhecida como Deserto das Dunas Negras. Embora cartógrafos e geógrafos chamem Al-Gober de "nação", isso acaba se revelando para os exploradores que lá pisam quase como uma piada de mau gosto. Uma terra de ninguém, disputada por nômades oriundos das terras ao sul, escravistas da Tribo de Iblis e colonizadores de Windlan, Al-Gober já teria problemas suficientes apenas com suas guerras por território. Porém, o despertar recente de uma força obscura e antiga que estava lacrada sob a areia a tornou certamente um dos locais mais perigosos e desolados de todo o mundo.

Mas histórias antigas contadas pelos nômades ao redor da fogueira falam que nem sempre foi assim.

Dizem os ancestrais que há muito tempo atrás, quando as estrelas eram jovens, esse lugar que hoje é um deserto já foi uma fértil ilha, rodeada por um escuro mar que recobria toda a parte norte do continente. Florestas com árvores exuberantes e animais majestosos, que já não existem mais, se espalhavam por toda ela. Nesse lugar paradisíaco se desenvolveu uma próspera tribo de pescadores, que caçava as feras marinhas usando arpões de osso e se defendia de predadores da mata com armas fabricadas com uma rocha tão esverdeada e afiada como metal, extraída das montanhas que ficavam no centro da ilha.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Noite no Salão de Ágata



Afastando delicadamente com os dedos a cortina de seda azulada, Amirah espiou o grande salão circular de trás da pequena sacada onde estava escondida. Ela podia ver a silhueta do sultão Hashoun Al-Latif, seu pai, sentado em seu trono ornado de pérola e cristal, suficientemente grande para acomodar seu corpo largo e bem alimentado. Pela movimentação no salão, Amirah percebeu que o sultão estava se preparando para receber uma audiência, enquanto trocava palavras com o único convidado já presente, um homem de voz áspera e palavras rudes.

Amirah esboçou um sorriso no canto dos lábios, se deixando ocultar totalmente pela cortina e movimentando seus dedos cobertos de anéis de forma a produzir um som cristalino e sutil, que foi respondido por um breve ruflar de asas.

Segundos depois, um pássaro surgiu ao seu lado, pousando sem fazer ruído sobre o chão de mármore. Sua bela plumagem era de um azul profundo que lembrava o céu noturno em uma noite clara, adquirindo os tons do poente ao refletir a luz do fogo. Ele tinha as asas vigorosas, as garras fortes e o bico afiado de uma águia. Porém, longas plumas como as de um pavão saíam de sua cauda e do alto de sua cabeça, terminando em manchas com o tom de esmeraldas. Seus olhos eram pérolas que refletiam a inteligência de Amirah, pois aquela não era uma ave ordinária, mas um eidolon, uma parte da própria alma da garota que apenas invocadores como ela podiam trazer para o mundo físico.

sábado, 16 de outubro de 2010

Aratta, a Cidade das Maravilhas


Centro do Sultanato de Jezirat, Aratta é uma daquelas cidades que parece ter tomado forma a partir de uma fábula ou dos exageros de um poeta. Suas imensas torres e minaretes refulgem com o brilho de diamantes e rubis, podendo ser vistas a quilômetros de dentro do mar. Nas noites claras, Aratta brilha como uma jóia, contrastando com a luz tênue e suave da Torre da Arca prostrada como uma sentinela na montanha logo acima.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Classe de Prestígio: Dançarina Espiã

My dance is a sacred poem in which each movement is a word and whose every word is underlined by music.
Mata Hari

Aqueles que observam os sedutores movimentos dessas dançarinas exóticas, fascinados por seus movimentos lânguidos e graciosos, não imaginam a astúcia mortal que se esconde sob seus véus de seda. E não se preocupam com isso até que seja tarde demais.