sábado, 16 de outubro de 2010

Aratta, a Cidade das Maravilhas


Centro do Sultanato de Jezirat, Aratta é uma daquelas cidades que parece ter tomado forma a partir de uma fábula ou dos exageros de um poeta. Suas imensas torres e minaretes refulgem com o brilho de diamantes e rubis, podendo ser vistas a quilômetros de dentro do mar. Nas noites claras, Aratta brilha como uma jóia, contrastando com a luz tênue e suave da Torre da Arca prostrada como uma sentinela na montanha logo acima.


Sendo a cidade portuária mais importante de Al-Dasht, Aratta é visitada por um fluxo interminável de navios, que trazem mercadorias das ilhas do interior ou de terras estrangeiras como Ashrani, Ming, Iroko, Bergard, Kynazia e mesmo Aurin e Windlan. É um feito impressionante que o Porto de Jezirat consiga se manter neutro ao intenso conflito entre as duas nações poderosas, e o mérito por isso se deve á Marinha do Sultanato, considerada uma das mais preparadas e bem equipadas do mundo. A magia dos gênios da água combinada com a tecnologia bélica dos Engenheiros de Mavi, junto ao amplo conhecimento naval da Tribo de Sharyar, faz com que as rotas comerciais de Jezirat sejam bem controladas e protegidas.

Mesmo a preocupação com o aumento crescente da presença dos Piratas de Iblis nas ilhas do interior, e a recente dispersão de uma rede de Corsários Delfins de Aurin que estavam se organizando no porto, a Marinha do Sultanato se mantém confiante com seus guardiões marid e canhões de longo alcance. Os belos navios mercantes de Aratta visitam tanto os Portos de Pourt-Mouss como Ravenest e Seawyrm, e com a exceção do recente acontecimento nessa última, não enfrentam maiores problemas por onde passam.

Com relação aos sete navios voadores da lenda, entregues pelo Senhor dos Marid a Tribo de Sharyar para cruzar o deserto, é dito que estão escondidos em algum lugar secreto da ilha onde a cidade foi erguida, bem protegidos pelos gênios das águas e aguardando que uma grande necessidade surja para que ergam suas velas mágicas mais uma vez. Rumores falam que um dos navios foi levado embora pelo próprio Senhor dos Marid, quando o mesmo deixou a cidade para se aventurar pelo mundo, deixando seu filho Zarkan para proteger o sultão e o palácio.

O Aeon patrono de Aratta é Atargatis, representada na forma de uma bela e altiva sereia e respeitada até pelos intempestivos marids. Poucos Aeons são reverenciados na cidade além dela, com exceção de Suen, um Aeon sombrio e misterioso cujo símbolo é uma serpente, ao mesmo tempo patrono dos assassinos e das sedutoras dançarinas da cidade.

O Palácio do Sultão, a maior construção de Aratta, com inúmeras torres cravejadas de jóias, é famoso não apenas por sua beleza como também por seus imensos jardins, que guardam todo tipo de maravilha e mistério, de imensos animais mecânicos criados pelos Engenheiros até um filhote de zaratana com o tamanho de uma pequena ilha, que nada tranquilamente em um lago no centro dos jardins. O governante de Jezirat possui um especial apreço por criaturas exóticas, e até mesmo mariposas fantasmas e dragonados podem ser encontrados nos pontos mais particulares do Palácio.

Os demais pontos da cidade também possuem pomares, aviários e zoológicos, tornando Aratta um lugar de surpresas intermináveis para visitantes estrangeiros. No movimentado mercado da cidade é possível encontrar de tapetes e pratos exóticos a artefatos mecânicos e objetos encantados de procedência as vezes duvidosa, mas que não se encontram iguais em nenhum outro porto. Os Engenheiros de Mavi também estão presentes na cidade, realizando trabalhos para o sultão ou fazendo pesquisas na Guilda dos Alquimistas, que possui um conhecimento antigo e respeitado nessa área e junto a Guilda dos Joalheiros é uma das maiores da cidade.

Todos os estrangeiros em Aratta são tratados com uma incomum hospitalidade, recebendo todo tipo de conforto até mesmo dos moradores mais humildes. Toda essa dedicação na verdade faz parte do haaruf, uma doutrina de valores professada em Aratta que se por um lado agrada aos estrangeiros por outro oculta as reais intenções deles de uma maneira esplêndida, fazendo com que a vontade dos nativos prevaleça sem sequer ser notada. Essa doutrina, mais do que qualquer poder bélico ou mágico, é uma grande dor de cabeça aos espiões de Windlan e Aurin e a principal barreira a qualquer intenção das duas nações de transformar Aratta em uma colônia.

Mesmo com toda esta proteção, a atmosfera está longe de ser tranquila no interior do Palácio do Sultão, desde que o herdeiro mais velho ao trono, príncipe Sahid, desapareceu depois de se envolver em uma guerra civil na cidade portuária de Seawyrm em Windlan (após a qual Jezirat teve um breve controle sobre a mesma, tendo auxiliado o lado vencedor). O aumento da desconfiança sobre Windlan, ao mesmo tempo em que a influência de Aurin na cidade cresce com os espiões infiltrados até mesmo dentro do palácio, fez com que o Sultão buscasse uma aliança mais próxima com a Tribo de Aswad, a mais influente de Al-Dasht. Essa aliança foi selada com o noivado entre o filho do Califa de Al-Dasht com a filha do Sultão, Amirah. A princesa de Jezirat, que nasceu com o dom de invocar e controlar os gênios da água, não manifesta nenhum entusiasmo em relação ao casamento próximo.

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